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... a verdade pela arte!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A casa



a casa ainda exala o cheiro da fumaça
fumaça que deixou marcas entre lembranças e memórias
fumaça que se funde com o perfume da rosa rosa
desabrochada sobre a mesa
rosa rosa beleza de meu pântano


sábado, 20 de agosto de 2011

Cidade

Sobre o leito da terra
Desperta
Cidade envidraçada
Concretada
Armada
Movida a suspiros
Pedras
Flores
Ossos
Arrastam gemidos

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A POESIA DAS SOMBRAS

                                               
Palavras caídas
Confetes coloridos
Palavras
Arranjadas pelo vento
Formatos fraseando poesias
Declaram verdades sombrias
De sombras asfálticas
Desenhadas pelo olhar solar
Que se esconde em manchas
E se entorta para te encontrar


terça-feira, 19 de julho de 2011

Hoje tem barulho no céu
Tem raios desenhando nas estrelas
Tem véu de água cobrindo a cidade
E você não vem ver o vermelho
O vermelho guardado
Guardado em teias
Veias que contornam
As ruas tortas
Sem lua

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Santa Rita


Ó Santa das rosas sagradas
Milagre presente e vivo
Ó Santa acolhedora
Mãe de todos os filhos
Santa das rosas perfumadas
Abençoada
Santificada e amada
Ó Santa das rosas
Inflamada pelo amor divino
Santa Rita 


quinta-feira, 12 de maio de 2011

Uma Carta de Amor a Camilo Castelo Branco


Depois de ler AMOR DE PERDIÇÃO de Camilo Castelo Branco na adolescência reencontro-o em minha estante. Visito Portugal, sua casa em Vila Nova de Famalicão e redescubro Camilo Castelo Branco... Proponho a vocês uma carta de amor a Camilo. Espero que em setembro possamos juntos reencontra-lo numa imensa corrente de AMOR!
.

sábado, 2 de abril de 2011

Você é Fluxus?



O encontro de Lia com um rolo de filme super 8, desenrola seus múltiplos pensamentos interligados aos diferentes mundos em que vive. Pensa, borda, escreve, pinta, mexe e remexe a vida. Canta, dança e caminha desenhando a estrada que sonha percorrer com seu novo filme/fantasia. Tudo ainda por fazer: páginas em branco, espaços vazios, minas escondidas, plantas por brotar, películas virgens... Com a tecnologia do lápis sua mente desperta para as formas de gravar o tempo, escreve longos e longos textos. Sempre observando suas mãos, os movimentos, a pressão sobre a página, o desenho orgânico da letra e o espaço que ocupa. Avança compondo uma perfeita obra musical, preenchendo todo o espaço vazio da sala onde respira. Com seu olhar atento e angular captura as mais tênues e flutuantes imagens que o espaço descarta sobre acelerados trilhos azuis. O filme roda deixando para trás relógios e ampulhetas. O tempo não se faz mais necessário. O tempo entra em cena como elo de imagens, cores, formas e volumes.

Com agulhas perfurantes costura e borda cenas de dores da alma das crianças que as minas escondidas explodiram. Com os respingos de sangue pinta a tela vermelha que envergonha a humanidade e crava a honra de uma sociedade que não se respeita. O bordado e o pictórico confundem-se com real e virtual. O belo ainda prima aos olhos condicionados de um mundo aflito e sedento por mais e mais informação. As fronteiras tênues dos proibidos e instantâneos sentimentos já não movem o mundo carnavalesco. Cedem lugar ao perverso poder de ter tudo aquilo de que não se precisa ter para sentir.  Enlouquecidos, embriagados e encorajados pela diversidade da tecnologia disparam-se mergulhados nas muitas multis. Criar, recriar, fazer e refazer, circular e multiplicar são palavras de ordem no mundo contemporâneo.

Atrás dos excessos de comunicação o mundo adormece sobre folhas mortas da mangueira que não brota mais. Multisementes, multidesejos, multitempo, multivisão, multi meios, é hora de parar e assistir ao filme que pode ser projetado ou transmitido digitalmente para o celular ou lap top, televisão ou qualquer outra superfície. Uma globalização de mídias? Ou um Cortes e Costuras?

2007                                  
Regina Mello

Are You Fluxus?
Lia’s encounter with a roll of Super 8 film rolls out her many interconnected thoughts on the different worlds we live in. She thinks, embroiders, writes, paints, and messes around with life. She sings, dances, goes around drawing the road she dreams of going down with her new film/fantasy. Everything remains to be done: blank pages, empty spaces, hidden mines, plans to blossom, virgin film....With the technology of the pencil, her mind awake to ways of recording time, she writes long, long texts, always observing her hands, the movements, the pressure on the paper, the organic design of the letter and the space it occupies. She moves ahead, compounding a perfect musical work, filling all the empty space of the roam where it breathes. With her attentive and angular vision she captures the tenuous and fleeting images that space discards over accelerated blue trails. The film leaves behind the clock and hourglass. Time is made unnecessary. Time enters the scene as a nexus of images, colors, forms and volumes.

With perforating needles she sews and embroiders scenes of the pains of the souls of children that hidden mines explode. With spatters of blood she paints the screen a red that shames humanity and nails the honor of a society that doesn’t respect itself. The embroidery and the pictorial confuse themselves with the real and virtual. Beauty still primes eyes conditioned in a afflicted world thirsty for more and more information. The unsteady frontiers of prohibited and instantaneous feelings no longer move the carnivalesque world. They yield space to the perverse power of having all that does not need to be felt. Crazed, inebriated, and encouraged by the diversity of technology, they are thrust into many multis. To create, re-create, do and re-do, circulate and multiply are the watchwords of the contemporary world.

Behind the excessive communication the world sleeps on the dead leaves of a mango tree that no longer blossoms. Multiseeds, ultidesires, multitime, multivisions, multimedia, it is time to stop and watch the film that can be projected or transmitted digitally to your cell phone of laptop, television or any other surface.
A globalization of media? Or cuts and Seams?

Regina Mello tradução de Glenn Cheney


Atrás dos excessos de comunicação o mundo adormece sobre folhas mortas da mangueira que não brota mais.

domingo, 20 de março de 2011

Japão

                                             O Hai kai chora 
                                             Dentro da bola vermelha 
                                             Trêmula de medo  



segunda-feira, 14 de março de 2011



Talvez vinho
Talvez uva
Talvez tinta
Talvez sangue
Sobre a cadeira amarela
Talvez sozinha na sala

Minha foto
Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Artista das artes visuais e da poesia. Pensa, respira e vive arte!